O que é Bulling?
Bullying é uma situação que se caracteriza por
agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa
bully,
que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português,
é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e
maltrato.
Por que ocorre ?O que leva o autor do bullying a praticá-lo?
Querer ser mais popular, sentir-se poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo.
Isso tudo leva o autor do bullying a atingir o colega com repetidas
humilhações ou depreciações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar
sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo
para ele deixar de agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a
opressão do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela
crueldade vivida pela vítima.
''O autor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação
familiar na qual tudo se resolve pela violência verbal ou física e ele
reproduz isso no ambiente escolar'', explica o médico pediatra Lauro
Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de
Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia).
Sozinha, a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente
nesse ambiente que se
demonstram os primeiros sinais de um praticante
de bullying. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida, a menos
que seja tratado", diz.
Atitudes do professor. O que fazer em sala de aula quando se identifica um caso de bullying?
Ao surgir uma situação em sala, a intervenção deve ser imediata.
"Se algo ocorre e o professor se omite ou até mesmo dá uma risadinha
por causa de uma piada ou de um comentário, vai pelo caminho errado. Ele
deve ser o primeiro a mostrar respeito e dar o exemplo", diz Aramis
Lopes Neto, presidente do Departamento Científico de Segurança da
Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O professor pode identificar os atores do bullying: autores,
espectadores e alvos. Claro que existem as brincadeiras entre colegas no
ambiente escolar. Mas é necessário distinguir o limiar entre uma piada
aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que
o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas
como eu me sentiria se fosse chamado assim?", orienta o pediatra Lauro
Monteiro Filho.
Veja os conselhos dos especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro
Bullying Escolar (132 págs., Ed. Artmed, tel; 0800 703 3444):
- Incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às
diferenças por meio de conversas, campanhas de incentivo à paz e à
tolerância, trabalhos didáticos, como atividades de cooperação e
interpretação de diferentes papéis em um conflito;
- Desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos;
- Quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar imediatamente a direção da escola.
Como evitar o Bulling?
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e
Adolescência (Abrapia) sugere as seguintes atitudes para um ambiente
saudável na escola:
- Conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões;
- Estimular os estudantes a informar os casos;
- Reconhecer e valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema;
- Criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com o regimento escolar;
- Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos;
- Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying.
Todo ambiente escolar pode apresentar esse problema. "A escola que
afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua
existência", diz o pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação
Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência
(Abrapia). O primeiro passo é admitir que a escola é um local passível
de bullying. Deve-se também informar professores e alunos sobre o que é o
problema e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática.
"A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de
formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e
solidariedade. Agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de
diminuir a violência entre estudantes e na sociedade", afirma o
pediatra.
fonte: http://revistaescola.abril.com.br